Já no início da terceira semana da incursão israelense, a região norte da Faixa de Gaza testemunha combates ferozes entre as forças de ocupação israelense e o movimento da resistência islâmica palestina Hamas. Os ataques aéreos ficaram mais intensos e o exército de Israel tenta conduzir os combatentes do Hamas para regiões abertas com a intenção de facilitar os alvos para a força aérea, e diminuir o risco de baixas de Israel.
O governo de Israel informou neste sábado que atacou mais de 70 alvos palestinos em bombardeios aéreos e disparos de tanques em várias cidades de Gaza. Israel mantém as ofensivas mesmo após duas semanas de ataques porque ainda não conseguiu frear o lançamento de mísseis do Hamas contra o território israelense, o motivo declarado para o começo dos bombardeios.
O Hamas diz ter atingido uma base aérea que fica a 30 km ao sul da maior cidade israelense, Tel Aviv (a 71 km da Cidade de Gaza). Segundo o braço armado do movimento islâmico Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, a distância é a maior já atingida por um projétil desde o início do conflito. Israel não confirma.
Fontes médicas palestinas anunciaram que o número de mortos palestinos passa dos 804 e os feridos de 3310.
Na sexta-feira o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, rejeitou a resolução da ONU por considerá-la “impraticável”.
O Hamas aceita o princípio da resolução, mas critica não ter sido consultado sobra a mesma. Desde o início do conflito o Hamas declara que pararia a resposta militar aos ataques israelenses em caso do fim da agressão israelense e a retirada dos soldados de ocupação de Gaza, alem da abertura permanente das passagens fronteiriças derrubando o bloqueio que já dura mais de 18 meses, originando grave crise humanitária na região.
"Em consequência, consideramos que a resolução não nos diz respeito e, quando as partes pretenderem aplicá-la, deverão tratar com os que são responsáveis pela região", declarou um dos líderes do Hamas, Raafat Morra.
Nesta sexta, os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU aprovaram a medida por 14 votos a favor e uma abstenção por parte dos Estados Unidos. Clara indicação da tendência pelo apoio americano à incursão israelense e a rejeição do cessar-fogo imediato. Para especialistas, os EUA não vetaram a resolução, principalmente, para evitar o constrangimento perante a opinião pública de ser a única nação que defende a continuidade do conflito. Mas a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, justificou a abstenção de seu país alegando preferir conhecer o resultado da mediação egípcia entre as partes envolvidas no conflito, antes de apoiar o texto proposto pelo Reino Unido.
Atacando a Ajuda Humanitária
A proposta do Conselho de Segurança da ONU, por sua vez, "destaca a urgência e pede um cessar-fogo imediato, durável e completamente respeitado, levando à retirada completa das forças de Israel de Gaza". O texto inclui também garantias para que não haja mais contrabando de armas pelos militantes palestinos em Gaza e a reabertura das passagens da região.
A continuidade dos ataques e a agressão a comboios de agencias humanitária ligada à ONU, agravaram a crise humanitária na Faixa de Gaza onde não há luz, água ou combustíveis. A população ainda enfrenta escassez de alimentos e suplementos hospitalares para atendimento dos feridos que lotam todos os hospitais da região.
O ataque israelense ao comboio da UNRWA (organização de ajuda humanitária destinada aos refugiados palestinos) matando um motorista e ferindo outro, durante o período de 3 horas destinado a um cessar-fogo temporário, levou a organização a interromper suas operações até que seja garantida a segurança de suas operações pelas autoridades israelenses.
Hoje o governo de Israel declarou que lamenta o “incidente” e garantiu a proteção das operações da organização, prometendo melhorar a coordenação entre os diferences setores militares para evitar a recorrência do fato.
com agências