O Presidente francês Nicolas Sarkozy inaugurou nessa terça-feira (26) uma base militar permanente nos Emirados Árabes Unidos (EAU), a primeira da frança no Golfo Árabe.
O acontecimento coincide com as negociações entre ambos os países para uma parceria no campo da energia nuclear de uso civil e a aquisição, por parte dos Emirados, de aeronaves avançadas para a força aérea.
A nova base militar francesa deve contar com um contingente de 500 soldados em três locais nas margens do Estreito de Hormuz.
Autoridades francesas acreditam que a base naval em Abu Dhabi irá consolidar as relações com os EAU e reforçar o combate à pirataria e protegendo o comércio, já que 90% do comércio europeu trafegam pelos mares e oceanos da região.
O presidente dos Emirados Xeique Khalifa Bin Zayed Al Nahyan, afirmou que seu país aguarda com expectativa esta cooperação por ser um importante pilar na estabilidade da região do Golfo.
O chanceler francês Bernard Kouchner disse que a base naval em Abu Dhabi, visa apoiar e treinar os aliados da França na região do Mar Mediterrâneo, do Golfo e do Oceano Índico.
Aquisição de Caças
A francesa Dassault negocia com os Emirados Árabes uma possível encomenda de seus jatos de combate Rafaele, disse a companhia neste sábado, no que seria a primeira venda do avião para uma comprador estrangeiro.
O jornal Le Parisien divulgou neste sábado que a França finalizava uma venda de 60 jatos Rafaele num negócio que valeria de 8 bilhões a 11 bilhões de dólares.
Alerta Iraniano
O Irã considerou que o estabelecimento de uma base militar francesa nos Emirados Árabes Unidos não serve a segurança da região; e alertou as autoridades emirates das conseqüências de seguir a política externa estrangeira.
A agência de notícias iraniana Mehr transmitiu declarações do Porta-Voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, afirmando ter dificuldade em compreender a decisão dos EAU, já que a mesma não representa um acréscimo para a segurança da região.
Hassan kecquaoui afirmou que a política francesa se afastou da neutralidade, e a sua presença militar no Golfo fragiliza a segurança e estimula a corrida armamentista.
Ele também acusou nações, sem denominá-las, de divulgarem perigos imaginários para estimular a venda de armas em tempos de crise econômica.