O Hizbollah rejeitou neste domingo (24) as informações da revista alemã "Der Spiegel", que apontam o grupo como o principal responsável pelo assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, morto em um atentado em fevereiro de 2005.
"Não é a primeira vez que uma revista ou um periódico divulga e fabrica, de modo deliberado, esse tipo de mentira", afirmou o Hizbollah em comunicado.
Segundo as informações de uma fonte anônima para a revista, o assassinato de Hariri foi cometido por um comando especial do Hizbollah, e não pelos serviços secretos sírios como acusou em várias ocasiões a maioria parlamentar libanesa.
Segundo o diário, as provas foram apresentadas por uma unidade especial secreta das forças de segurança libanesa às ordens do capitão Wissam Eid, que morreu em um atentado nos arredores de Beirute, em janeiro de 2008.
Mas o partido libanes, Hizbollah desconsiderou as acusações e garantiu que esta não é a primeira vez que a mídia ocidental é usada transmitindo informações fabricadas para interferir na política libanesa e tentar alterar os resultados eleitorais no país.
No Líbano, as acusações contra o partido libanês não convenceram os lideres políticos parceiros ou rivais do Hizbollah. O líder druzo Walid Jumblatt, da maioria parlamentar “14 de março”, rival do Hizbollah, acusou Israel de ser o responsável pela fabricação das informações publicadas pela "Der Spiegel" com o objetivo de criar conflitos internos no Líbano.
“O que foi publicado no jornal alemão Der Spiegel é tão grave quanto os acontecimentos de Ein al Rumane, e talvez mais perigoso” Disse Jumblatt nesse domingo (24) fazendo referencia aos fatos que levaram à guerra civil libanesa em 1975.
“O horizonte para a solução do conflito árabe-israelense parece estar completamente nublado, e Israel quer usar o Líbano novamente para forçar o reconhecimento de um Estado Judeu antes de expulsar os palestinos das terras ocupadas”, acrescentou.
“O cenário de fabricação israelense divulgado pelo jornal alemão também tem a função de abafar as descobertas de células de espionagem israelense no Líbano” defendeu Jumblatt antes de condenar “qualquer uso da notícia” por qualquer partido ou liderança no Líbano.
Com agências internacionais