Nesta segunda-feira (20) diplomatas da União Europeia (UE) deixaram a sala em que ocorre a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre racismo após o discurso do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que denunciou o racismo de Israel e a cumplicidade dos Estados Unidos e de alguns governos ocidentais na política israelense contra os palestinos.
Ao todo, 40 diplomatas abandonaram a sala após o discurso de Ahmadinejad. Os representantes também ameaçaram abandonar a conferência de houvesse novos apelos a retórica “antissemita” ou outras críticas igualmente discriminatórias contra Israel.
Ahmadinejad, que é o único chefe de Estado que assiste a esta conferência marcada desde antes de seu início, devido ao boicote dos EUA, Israel e outros sete países. Em seu discurso o presidente iraniano condenou a "política repressiva" e a "brutalidade" de Israel contra os palestinos.
"Depois do final da Segunda Guerra Mundial, os aliados recorreram a agressão militar para tirar as terras de uma nação inteira com o pretexto do sofrimento judeu", disse Ahmadinejad.
"Enviaram imigrantes da Europa, dos Estados Unidos para estabelecer um governo racista na Palestina ocupada", disse o presidente iraniano ao provocar reações de vários representantes europeus que abandonaram a sala da sede da ONU.
Pouco depois de começar as críticas, os representantes da União Europeia (UE) saíram da sala em protesto contra as palavras de Ahmadinejad, que também denunciou as intervenções militares no Iraque e no Afeganistão, e se perguntou se trouxeram a paz ou a prosperidade a seus povos.
Minutos antes, quando o presidente iraniano iniciava seu discurso, pelo menos três manifestantes disfarçados com perucas coloridas e narizes vermelhos de palhaço gritaram "Racista! Racista!" e foram expulsos pelos seguranças.
O líder iraniano criticou a ordem política mundial, ao afirmar que o Conselho de Segurança da ONU sempre "recebeu com o silêncio os crimes desse regime [israelense], como os recentes bombardeios contra civis em Gaza".
A presença de Ahmadinejad em Genebra causou indignação de Israel, que nesta segunda-feira chamou a consultas seu embaixador em Berna, em protesto contra o encontro que o presidente suíço, Hans-Rudolf Merz, manteve na noite deste domingo com o presidente iraniano.
Os nove países que boicotam a conferência são Israel, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Itália, Holanda, Polônia, Nova Zelândia, e Alemanha.
Com al-Jazeera e agências internacionais