O Alcorão é o livro sagrado para os muçulmanos, que engloba a compilação das mensagens divinas reveladas, em estágios, pelo anjo Gabriel ao profeta Maomé (Muhammad S.A.A.S.) durante 23 anos (entre 610 DC, e 6 de julho de 632 DC a data da morte do profeta).
A palavra árabe “Qur'na” significa leitura ou recitação. Na sua forma atual, o Alcorão tem 114 Capítulos chamados de (suras), escritos em prosa rimada, de diferentes comprimentos. No total contêm 6236 versos (Ayya). O maior capítulo é o segundo, que possui 286 versos (Ayyat, sing. Ayya); o mais curto é o ultimo, com apenas três. Tanto os capítulos quanto os versos não estão organizados de acordo com suas ordens cronologias de revelação, portanto seguem estrutura não linear, sem inicio meio e fim. Algumas vezes os capítulos são um conjunto de versos sem necessária correlação entre si. Os capítulos (suras) estão dispostos em ordem decrescente de comprimento. Mas o primeiro capítulo, “AL Fatiha”, não segue esta regra ocupando posição especial no inicio do alcorão.
Há relatos de que o próprio profeta Maomé (Muhammad) recomendava a ordem e o capitulo que, seria inserido, um novo verso revelado a ele.
Via de regra, com exceção do capitulo nove, os versos são recitados depois de mencionar a frase de abertura (Bism Allah Alrahman ALrahim) “em nome de Deus, o clemente, o misericordioso”.
O texto do alcorão foi transcrito pelos companheiros (Sahaba) do profeta, ainda durante a sua vida, depois de transmitir oralmente os textos a eles.
Logo após a morte do profeta, o primeiro califa (legatário), Abu Bakr, coletou e organizou os capítulos do Alcorão; existiram no passado diversas versões do alcorão, mas a atual versão, padronizada para todos os muçulmanos, remonta ao tempo do terceiro califa Othman, que selecionou a versão escolhida pela então comissão de acadêmicos islâmicos, e destruiu todas as outras. Com isso a atual versão se tornou o Alcorão canônico, e estabeleceu a ordem dos capítulos (suras) tal como estão hoje; uma copia do alcorão padronizado foi enviada para todos os territórios islâmicos na época.
As diferentes versões do alcorão, que foram destruídas, não possuíam conteúdo de texto diferente entre si, mas sim se diferenciavam no numero de versos e seus arranjos.
O alcorão foi escrito na língua árabe de Kuraish, tribo árabe à qual pertence o profeta Maomé (Muhammad). Na época em que foi escrito acredita-se que a língua árabe escrita não possuía pontuação e acentos, com isso as primeiras cópias do alcorão foram escritas sem os mesmos, que foram acrescentadas aproximadamente um século depois. Tal fato estimula alguns críticos que defendem a falibilidade da fidelidade do atual alcorão ao texto original, o que é totalmente rejeitado pelos muçulmanos que acreditam não só na fidelidade como na proteção divina contra tal adulteração, já que ele era fielmente decorado durante este tempo, e sempre foi restrito à língua árabe o que impediria com que perdesse ou adulterasse seu significado através das traduções.
O islamismo estabelece valor especial à recitação vocal do Alcorão. Linguisticamente, a arte de recitar o Alcorão é muito difícil. Pois o recitador deve respeitar regras estritas que exigem muitas vezes exaustivo treinamento.
Veja alguns exemplos de recitação do Alcorão:
- A arte de recitar o Alcorão Sagrado
- Abd AL-Basit recita surata (Dhuha) 
No que se refere ao seu conteúdo o Alcorão é dividido em três fases de Meca e uma fase da Medina. Os textos mais antigos fazem parte do primeiro período de Meca, descrevem geralmente as experiências da revelação ao profeta, o capítulo 96 é o primeiro a ser revelado ao profeta. Este período ainda enfatiza a conexão com “Os povos do livro&rdquo